Ser mãe

Estou muito feliz! Assisti, pela webcam, uma grande amiga lendo o resultado de um teste de gravidez. Positivo! Ver alguém receber a notícia de que vai ser mãe pela primeira vez é no mínimo comovente. Aquele brilho de “sonho realizado” no olhar é contagiante. Queria poder entrar pelo computador e lhe dar um abraço enorme, fazer um brinde, ficar horas pensando em nomes de bebês, decoração de quarto, enxoval. Mas não dá. Estou há 3 mil milhas de distância tentando ter uma vida melhor.

Decidi então que vou homenageá-la aqui.Vai ser o meu jeito de estar lá com ela com apenas um clique de um mouse de distância.

Para quem não sabe, tenho dois garotos. Eduardo, 3, e Vitor, quase 5 meses. O Eduardo, ou Dude como todo mundo o chama, nasceu prematuro na minha 33 semana de gestação. No dia que seria o dia certo de seu nascimento, dia 26 de outubro de 2005, minha mãe faleceu.

Assim, nesses quase três anos tenho seguido órfã no meu caminho da maternidade. Deixei de ser filha, mas me tornei mãe. Apesar da saudade tão infinita e doída, estou descobrindo coisas maravilhosas sobre mim, sobre o mundo, sobre o ser humano.

Ser mãe, minha amiga, é tudo aquilo que você imagina que seja multiplicado por milhões de contratempos e aventuras, ao quadrado de erros e acertos, e ao cubo do infinito de alegrias. Ser mãe é estar feliz com o simples. É entender as outras mulheres, as outras mães, especialmente a sua. É querer rir quando tem que dar bronca, é saber que está errando e continuar fazendo, é tentar ser uma pessoa melhor todos os dias, é mudar de plano toda hora e se adaptar a todo minuto, é sentir que pode fazer qualquer coisa nesse mundo. Ser mãe é aceitar o inesperado, amar a parte e o todo, é dar e receber. O piegas fica bonito e nossa fala muda de tom. Ser mãe é se apaixonar todos os dias como se fosse a primeira vez.

Você, que já é uma grande mulher e amiga, vai ser uma grande mãe. Como diz o Ed, é a partir de agora que sua vida vai ficar colorida.

Um beijo na sua barriga!