Thursday, March 19, 2009

Em terra se cego, quem faz molho é rei

Se você não gosta ou não tem tempo de cozinhar, pelo menos fique mestre em fazer molhos.

Ao saber fazer molhos, você pode dar um quê mais sofisticado a prato simples, pode dar aquele tcham ao seu macarrão ou `aquele peito de frango que ficou meio esturricado.

Existem três tipos de molhos básicos: o a base de tomate, o molho branco e o molho a base de ovo (tipo hollandese). Os molhos a base de ovo são deliciosos mas deixo para saboreá-los em restaurantes, porque são um pouco mais trabalhosos de fazer.

Já falei que vou deixar um post exclusivo para molho de tomate, mas vou falar o como faço. Eu não gosto daqueles molhos de tomate comprados; para mim são muito ácidos e fortes. Gosto mesmo daqueles molhos de tomate caseiros, feitos com tomates fervidos, despelados, espremidos, etc; mas esses dão muito trabalho.

Assim, compro tomates inteiros em lata. `As vezes vou um passo mais adiante e compro tomates picados em lata. Como faz pouco tempo que notei a quantidade enorme de açúcar que vem em cada lata de molho de tomate, compro meus molhos de uma marca orgânica que possui apenas um ingrediente: tomates.

O molho branco também é fácil de fazer. Ponha numa panela uma medida de farinha e a mesma de manteiga—no mundo culinário essa mistura se chama roux, origem francesa. Deixe esse roux cozinhar um pouco, adicione leite quente, sal e noz moscada, se quiser.

Este molho é a base para fazer molho de queijo, favorito do Eduardo, o molho mostarda, ou o molho ao curry, receita deliciosa dada pela minha amiga restauranteur Thaís. Aqui vai ela para você:

Adicione uma colherzinha de curry em pó (“de boa qualidade,” como minha amiga enfatizou) no molho branco até o molho adquirir uma cor amarela clara. Corte um pouco de pera ou maçã (ou caramelize as frutas na primeira etapa do molho, junto com o roux) e acrescente no molho e salpique sememtes de papoula. Misture bem e sirva sobre lombo de porco ou peito de frango. Fica uma delícia e um simples arroz branco e salada são o fáceis acompanhamentos.

Comida '`A Moda' Orgânica

Para mim tudo não passa de uma febre. Comida orgânica está para os anos 2008/2009 assim como comida fat free estava nos anos 90, ou low carb estava no começo dos anos 2000. Mas, como os preços não são tão ruins, busco bastante coisa orgânica para compor nossa dispensa.

Com a neurose de obter uma remessa de comida boa e saudável aqui nos Estados Unidos—país bem conhecido pelo número horrendo de obesos—comecei a ler tudo quanto é rótulo de alimento. Logo vi que os melhores produtos são aqueles com poucos ingredientes, mas que infelizmente são um pouco mais caros. “Tudo bem,” penso, até que vale a pena. Duas outras coisas que logo comecei a prestar atenção e a evitar: alto teor de sódio e açúcares. Você sabia que molho de tomate tem quase a mesma quantidade de açúcar do que um doce em calda? Mas vou deixar esse assunto de molho de tomate para um outro post exclusivo.

O que descobri foi que comecei a gastar mais com frutas, verduras e proteínas, do que com comidas já processadas ou enlatadas. Descobri também que fazer comida genuinamente caseira não é tão difícil assim. Sabe que tem dias que até prefiro a minha própria comida do que comer fora? Te juro por Deus.

Hoje, por exemplo. Meu penne com legumes e camarão estava sensasional! Olha como fiz:
Um pacote de camarão congelado já cozido.
Na geladeira tinha uma abobrinha italiana, uma caixinha de tomate cereja e uma cabeça de brócolis que se não usássemos iria estragar.

Pensei: Penne com camarão e legumes.

Passo a passo:
Cozi o brócolis no vapor por 2 minutos e desliguei, deixando a panela tampada para continuar a cozer (não gosto de legumes que ficam muito moles se estão cozidos demais)

Em uma bandeja cortei um pouco dos tomates cereja e a abobrinha. Derramei azeite, orégano, sal, pimenta do reino e manjericão. Para o forno altíssimo, até assar (Uns 6/7 minutos)

Enquanto isso...Panela de água para ferver com sal.

Os camarões foram para um coador para escorrer o gelo derretido.

Dois dentes de alho picados e azeite numa frigideira grande.

Camarão na frigideira de alho. Joguei o penne e os legumes. Misturei tudo e mandamos ver!

Agora escrevendo esse post, penso que tenho que começar a tirar fotos. Aguardem fotos para os próximos episódios.

O Livro

Foi numa das nossas idas ao Guarujá que me deparei com o livro. Nada assim elegante, mas cheio de conteúdo. A Vera, a matriarca da família e mulher bastante elegate, guarda nesse livro as mais preciosas e saborosas receitas que colecionou durante toda sua vida. São receitas feitas e aprovadas pela mais diversa gama de gostos e—pelo menos as que eu provei—são maravilhosas! A cada receita, um pouquinho da história da pessoa que a criou ou como o prato foi criado. Enfim, uma relíquia sem preço.

Muda o croqui. Eu em cena, descabelada, tentando fazer pratos saudáveis para meus homens (Ed—o marido; Dude—o primogênito; Vitor—o caçula).

Fazer comida não é fácil. Põe dentro da panela de desafios um homem de outra cultura—e bem cheio de não come isso e aquilo--, um garoto de três anos e meio, e um bebê que não quer largar o peito para você ver o que é bom para a tosse!

Mas não tem jeito. O meu desafio diário é fazer esse rapazes comer. E comer muito bem.

O que vocês vão encontrar nos proximos posts são dicas fáceis de fazer e saudáveis, mas principalmente deliciosas. Acredite. Inspirada no famoso livro da dona Vera, aqui vou contar um pouco de história, de como um prato se tornou um clássico da família, ou como fazer um dois em um (duas refeições a partir de um prato).

Aguardem!